terça-feira, julho 24, 2007

October 4th, 1988


15:45

Foi neste horário que a aventura em direção ao desconhecido Japão se iniciou.
Eu estava tão nervoso naquele dia, que fui sozinho para o aeroporto ao meio dia almoçar para me sentir mais próximo do que seriam talvez os passageiros do meu vôo. Em verdade, só estava muuuuuuito ansioso.
Meus amigos chegaram para a despedida, especialmente, naqueles dias, meu melhor e mais importante amigo, o Alexandre Bortoluzzi, o Mauro Paranhos e a Mercedes. Nossa, desatei numa choradeira de dar gosto.
Após o embarque...
Já no Rio de Janeiro...
Minha prima Rosângela e o Artur foram me dar um alô no aeroporto. Nunca mais os vi desde então.
Eramos 12 brasileiros, indo para os mais diferentes destinos no Japão.
De Porto Alegre eramos dois, eu e o Eduardo Hanke.
Depois de uma escala de 4 horas em Los Angeles e 24 horas dentro de um 747 da JAL (Japan Airlines) chegamos a Tokyo.
Ainda não era o destino final de nossa viagem de ida. Depois de algumas horas no aeroporto de Tokyo, 2 horas e meia mais precisamente, embarcamos para Osaka, onde nos instalaríamos no dormitório da Osaka Gaikokugo Daigaku, Osaka Gaidai para os íntimos. Ao chegarmos ao aeroporto internacional de Osaka, já eram 8:00 PM do dia 6 de Outubro, ou seja, mais de 48 horas depois de termos saido de Porto Alegre, devido também a diferença de 12 horas de fuso horário em relação ao Brasil.

Fomos levados de van até o dormitório da Osaka Gaidai. Chegamos lá por volta das 10:00 PM.
Ao chegarmos, fomos encaminhados para o refeitório onde recebemos instruções de que as instruções seriam dadas na manhã do dia seguinte. Fomos então encaminhados, por sua vez, aos quarto, 506 era o meu. No quarto tinha uma cama de solteiro, uma escrivaninha e um armário de aço de 2 portas para colocar roupas.

Sobre a cama tinha nossos lençóis, travesseiro e edredon.
Ao tentar colocar o lençol na cama, achei estranho: ao invés de elástico, o lençol tinha um furo no meio. Não houve jeito de entrar no colchão. Tentei de todas as formas e nada. Tinha também um lençol liso, o "lençol de cima". Foi quando então travei conhecimento pela primeira vez com aquele que seria meu melhor amigo no Japão (e fora dele...). Bati no 508, quarto do Mauro, rapaz jovem e quieto, vindo de Brasília, com quem não troquei nenhuma palavra durante o vôo do Rio de Janeiro para o Japão e que mais tarde veio a me dizer que me achou extremamente antipático e arrogante! hahaha! Grande novidade. Perguntei ao Mauro como ele tinha colocado o lençol na cama e ele também não tinha conseguido por o tal lençol no colchão dele. Agradeci e... dormi direto no colchão, com o lençol de cima sobre mim e o edredon. Aí começaram as diferenças e adaptações que mudariam minha vida prá sempre. Sempre!

Na manhã seguinte nos reunimos timida e silenciosamente no refeitório para o breakfast e as instruções. Nos deram 25.000,00 Yenes que deveriam durar até chegar a primeira "allowance" que seria dia 10 do mes de Novembro no valor de 132.000,00 Yenes. Imagina o que aconteceu... gastei o que deveria durar 20 dias em 3. Hehehe!

Ainda levaria alguns dias até que começassem as aulas, o que permitiu uma certa adaptação ao dormitório. Chegamos 80 estrangeiros, do mundo inteiro naquela semana no dormitório da Gaidai e mais uns 200 no dormitório de Senri Chuo. Meu vizinho de porta ela Paolo, italiano e do outro lado, Michael, dos USA. Aos poucos fomos nos conhecendo. Tinhamos inglês como nossa língua comum. Estava tentando de todas as formas facilitar minha estada, mas... Não estava sendo fácil.

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