É sabido e notório que na maioria das vezes tivemos posições conflitantes, que sobrepusemos uma série de dificuldades, mas também aprendi a entendê-lo e até mesmo respeitá-lo. Foi difícil ver o próprio pai como um ser humano, como alguém que tem grandes virtudes, que foi meu herói, mas que também tem falhas e que muitas delas não superadas.
Quando estive nos Brasil nas duas últimas vezes (Janeiro e Março de 2012), consegui fazer as pazes comigo mesmo e isso incluiu fazer as pazes com ele, com nós dois, com nossa relação pai/filho e filho/pai. Fiquei orgulhoso, fiquei feliz, mesmo sabendo que sua saúde era frágil e que ele talvez nem estivesse sabendo quem era aquele que estava ali ao lado dele. Tive em muitos momentos o reconhecimento de que ele sabia quem eu era, mas em outros momentos, era um branco vigente.
Desde que eu nasci, convivi com as expectativas dele, que eram quase que diariamente documentadas em um diário que ele escrevia. Fez isso para mim e para minha irmã. Hoje o diário é um tesouro de memórias. Suas opiniões pessoais ali estão, mas também tenho os fatos narrados, que me permitem relacionar minha vida a mim mesmo, ao que eu lembro dos meus sentimentos na época.
Enfim, fica aqui essa minha homenagem ao homem que foi meu pai, o agradecimento a ele por tudo e pelo seu legado. Poderia discorrer por horas, citando suas virtudes e reclamando de nossas diferenças, mas isso não importa. O que importa é o amor que sempre tivemos e que presente ou não, continuará, pois amor não termina com a morte, só se transforma. A própria morte encerra nela outra forma de existência.
Paz e saúde
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