terça-feira, junho 11, 2013

Coisas...

Ultimamente tenho andado cansado e bastante emocional.
Tenho pensado muito no meu estado pessoal e no quanto o mundo ao meu redor influencia nisso e gera esse estado emocional do qual estou falando.
Aqui em Vancouver vivo uma vida protegida, segura. Sou feliz, mas ainda assim sinto falta de algo que não tem nada haver com onde se está, com o que se possui ou com quem se está. Ainda estou entendendo essa necessidade que me assola. O coração e a razão em conflito. Big!
Parece que tudo o que vejo não me serve.
Essa mediocridade das relações humanas, pessoas que casam, compram casa, carro e acham que são felizes não me serve. Gente que tem filho em nome de perpetuar seu gene ou pior ainda, satisfazer o clichê da família padrão e "dar netos" aos ansiosos pais que estão desesperados pelos netos como validação da educação que deram aos filhos tão "maravilhosos". Puro egoísmo e estupidez num mundo sem comida, sem energia, sem paz e sem futuro. Por que será que os humanos são tão estúpidos e superficiais? Na minha opinião é para não enfrentar a verdade da obscuridade da natureza humana. O humano não conhece sua própria natureza.
Hoje lendo uma reportagem na Revista TRIP vi uma carta que o Rabino Henry Sobel escreveu, fazendo um pedido de desculpas aos leitores da revista (a pedido da própria revista, diversas celebridades fizeram essa carta) no qual ele dizia "Perdoar não é esquecer. Se fosse, não haveria mérito no perdão. Perdoar é reconhecer a falta cometida, analisar a situação e desculpar conscientemente o culpado. Sem penalidades, sem recriminações, sem ares de superioridade. Perdoar é o ato de reconstruir o relacionamento original, uma tentativa de recuperar a “inteireza inicial” e a determinação de procurar um começo mais bem-sucedido."
Penso como ele, mas esse perdão é um exercício extenuante e constante. Não sei se consigo.
Sei que seria em meu próprio benefício, pois quem é capaz de perdoar vive uma vida mais leve. Já senti isso. Mas no dia a dia, no estado normal de pensar...muito complicado.
Talvez seja isso que esteja faltando.
Mas há um turbilhão de emoções que permeiam minha consciência nesse momento. Filmes! Filmes têm a propriedade de liberar emoções em mim. Ontem a noite assisti um filme israelense chamado "Eyes Wide Open", que mostra uma situação radical com tamanha delicadeza e respeito que emociona. Assisti a dois dias atrás um filme brasileiro chamado "Teus Olhos Meus" que também teve a sensibilidade de mostrar a felicidade de uma relação para depois mostrar então um abismo desta mesma relação que necessita de muito controle emocional e muita razão para poder assumir o amor. Parece contraditório juntar razão com amor, mas é possível e é como eu vi o filme. Emocionante. Tomei partido. Criei meu próprio fim!
A solidão é tão grande, que sua grandeza gera uma tranquilidade, uma resignação. Como se observasse o universo e tivesse consciência de minha insignificância. O aprendizado do que sou, do meu significado para mim mesmo. É maravilhoso ouvir o quanto tu és amado, o quanto tu és significativo para alguém, mas isso de nada adianta se o significado é irreal, é ignorável. É triste! Faz com que o que se ouve gere desprezo, coloca mais uma linha de tijolos no muro.
Pedido de desculpas? Para quem?
Tanta gente, começo pelos vivos ou pelos mortos? Sempre pelos vivos, os mortos...estão mortos, podem esperar! hahaha!
Poderia até escrever algo aqui para algumas pessoas que são importantes para mim e que sei que devo desculpas, mas se isso for feito, será pessoalmente, não publicamente. Vocês sabem quem são, e já ouviram de mim da sua importância na minha vida e por isso, o pedido de desculpas. Um dia...talvez!

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