sábado, agosto 30, 2014

O mês do cachorro louco passou

Rápido, muito rápido!
Mal deu tempo de eu pensar e Agosto está terminando. Muito aconteceu e tem acontecido no meu dia a dia, no meu mundo. Muita coisa mesmo.
Agosto marcou um dos momentos mais obscuros e terríveis da guerra entre dois países do Oriente Médio, que deixou muitos com marcas profundas o suficiente para durar muitas e muitas gerações. Sou da opinião de que guerra é guerra e nada justifica sua existência, mas, uma vez instalada, o homem, com sua natureza humana, é capaz de atrocidades racionalmente impensáveis e é isso que acontece na guerra. Me espanta o estardalhaço que fazem sobre tais atrocidades, como se fosse algo além da capacidade humana. Aí é que está o que eu considero o maior engano de todos. O humano é podre.
O humano tem sua natureza obscura, sua natureza é incompreensível, é imoral, amoral, moralista. Não tem limites. Acho que a bondade humana é uma imposição e não uma porção de sua natureza. Cada vez que vejo o intrincado labirinto do pensar humano e raciocínio sobre isso, mais me convenço que há uma necessidade gigante de pensar e racionalizar o ser humano para que possa conviver em sociedade. Há necessidade de limites claros e punições severas para que o humano contenha sua natureza e com isso sua própria existência e conviva em "paz".
Isso nunca vai acontecer.
Algumas sociedades chegam mais próximas disso e são então chamadas de desenvolvidas, agregadoras. Outras estão anos luz desta capacidade de coexistência e são então tidas como selvagens, desorganizadas, sub-desenvolvidas.
Moro no Canadá e amo onde moro, minha cidade, meu viver, mas não são muitos que são capazes de conviver com o senso social necessário para que possamos viver em comunhão. Há um policiamento social constante, onde o não politicamente correto ou não socialmente aceito é praticamente execrado por aqueles que cercam o dia a dia de todos nós aqui. Muitos conhecidos meus de outros lugares, principalmente de Porto Alegre, nunca conseguiriam viver aqui, entender isso, saber que na escada rolante se para à direita porque à esquerda fica quem caminha na escada. Enfim, são detalhes que nos permitem viver em sociedade e usufruirmos da qualidade de vida que vivemos aqui. Somos ingênuos e ainda creditamos que isso é possível, que isso é atingível. Há muitas coisas erradas, mas com certeza vivemos com mais harmonia que a maioria do planeta. Vi isso em poucos lugares no mundo.
Adoro Porto Alegre, mas não conseguiria mais viver lá. Um lugar onde mais do que por necessidade, mas sim por opção, as pessoas se enganam, são ferozes em tudo, no ruim e no bom. Exacerbadas em suas emoções, levando tudo que ouvem, vêem e fazem como pessoal. Vivendo como se tudo fosse relacionado a si e não ao social. Diferença gritante do que acontece aqui.
Vou a Porto Alegre em breve, estou com saudades de meus amigos, de meus amores, mas também sei que ao chegar lá já estarei com saudades do meu lar, da minha casa, do meu lugar.
Viva Porto Alegre! Viva Vancouver!
Sinto muito pelos humanos...tão arrogantes, tão medíocres.

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