terça-feira, julho 24, 2007

Take 2 - A aventura continua...

Shibuya, meu local predileto em Tokyo. Vou falar muito sobre este local ainda...

Qual minha surpresa ao acordar no dia da "instrução" e me dar por conta que a Osaka Gaidai ficava localizada em uma montanha, no meio do nada em uma pequena cidade satélite de Osaka chamada Minoo Shi. Uma das primeiras instruções que recebemos: não deixem as janelas abertas que os macacos podem entrar nos quartos e roubas coisas. MACACOS!!!! Eu tinha saído da segurança de Porto Alegre para ter que me preocupar com macacos! Insano! Para minha sorte, só me deparei com estes amigos símios uma única vez em minha janela, que estava apropriadamente fechada e com a tela abaixada. Eu aprendo fácil!

Como vocês podem imaginar, os primeiros dias foram de verdadeira exploração da região onde se localizava a Osaka Gaidai, pois tinhamos que descobrir onde comer, caso o refeitório da universidade estivesse fechada e comprar gêneros de primeiras necessidades. Há pouco mais de 20 minutos de caminhada, chegamos a uma vila muito simpática chamada Senri Chuo. Aquele local era muito legal, lá tinha uma agência bancária, “barbeiro”, lojinha de conveniências e até mesmo uma livraria (que aliás encontramos em qualquer lugar no Japão).

Foram dias extremamente interessantes, um pouco solitários, pois ainda não havia travado conversas com muitos colegas, e principalmente com aquele que viria a ser um dos meus melhores amigos até hoje, o brasiliense Mauro Neves Júnior. Após o episódio da cobertura do edredon na cama, só voltei a falar com o Mauro na lavanderia do nosso andar, tentando aprender a usar a máquina de lavar roupa, que eu estava apertando todos os botões existentes em vão, pois não eram para ser apertado e sim “torcidos”. Além do que, sabão em pó tornou-se um artigo disputado, pois para comprá-lo deveriamos saber ler, coisa que não me era possível naquele momento. Ao procurar por sabão em pó no supermercado pela primeira vez, comprei um desentupidor de pia, pois só sabia ler o kanji (caracter) de limpeza e achei que fosse sabão em pó. Resultado: estraguei uma máquina de lavar e minhas roupas viraram renda!
Hoje isso tudo parece divertido, mas na época, o estresse era terrível, pois só pensava nas roupas que teria que comprar e não saberia pedir cor, tamanho, modelo, troca, conserto...ai que estresse.

O Mauro, por sorte minha, já saíra do Brasil com proficiência na língua japonesa, o que me tornou seu “grude” oficial. Havia mais uma brasileira, a Helena Toida, que também já tinha proficiência na língua japonesa, mas além de morar em Minami Senri, no outro dormitório, ela não é nem um pouco simpática. Ficamos bons amigos, tivemos alguns desentendimentos, gosto muito dela, mas ela continua nem um pouco simpática.

Ao final da primeira semana na Osaka Gaidai eu ainda não sabia exatamente qual seria meu destino, pois as aulas não haviam começado e não tinhamos o que fazer o dia todo. Estudar? Nem pensar. Só queria explorar Osaka, uma das maiores metrópoles do mundo.
Eu e Mauro, (como já disse, grudei nele) contumávamos jantar fora da universidade, mesmo porque pouco tempo após termos chegado, começaram as férias de inverno e, para nossa surpresa, o refeitório fecha e nós devemos comer o que? Ao explorar o bairro descobrimos restaurantes ótimos, com comida excelente. Tanto eu quanto Mauro não somos muito complicados para alimentação (Bali, Indonésia que o diga, não é Mauro!?)

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